quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Saudade ...




Eu tinha a alma faminta de amor
Quando seu cupido me acertou
Trouxe a um coração quase vazio
A emoção do seu calor no frio!

Meu anjo de luz,
Meu bem querer,
Te quero com todas as forças
Do meu viver!

Te quero ao meu lado,
No aconchego dos meus braços,

Nos meus beijos mais profundos,
No calor do meu corpo,
No brilho dos meus olhos apaixonados!

E quando partires, bebe ...
Quando tiveres que voltar para o seu mundo,
Não se esqueça .. leva contigo,
O que sem você não faz sentido!

Leva contigo os meus olhos ... para fitar-te ao dormir
Leva contigo os meus braços ... para enlaçar-te

Leva contigo minha boca ... para desejar-te

Leva contigo meu carinho ... para aquecer-te
Leva contigo a saudade ...
Ah por favor, leva a saudade
Que o meu peito sufoca
Quando sozinho, você parte!



Ps: te adoro d+

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

É dificil ser dificil!


Calma, calma... Não se assustem com o título!
Não estou aqui para fazer uma apologia ao sexo sem “eira nem beira”, pelo contrário...
Sou completamente contra isso!
Acho que a mulher tem que se valorizar sim, se amar acima de tudo e respeitar a sua vontade e o seu TEMPO!
Mas estou aqui para discutir alguns pontos do universo masculino!

Tentar entender o universo masculino é um tarefa um tanto quanto complexa.
Para isso, é necessário comparar alguns padrões sociais entre homens e mulheres, principalmente no quesito SEXO!

Todos já sabem e para mim, ficou ainda mais claro que a mente masculina pensa em SEXO, enquanto a feminina pensa em SENTIMENTO, quando meu amigo Jorge exemplificou:
- Quando uma mulher chega em casa e pega seu companheiro com outra na cama e, neste exato momento ela o vê, olhando nos olhos da outra e dizendo: “EU TE AMO!”, o que fere MAIS a mulher, sem dúvida, não é o ato sexual, mas o que ela acabou de ouvir... O seu amado entregar seus sentimentos a outra.
- Nesta mesma situação, para o homem, o ato sexual é imperdoável, ver sua mulher na cama com outro, independente dos sentimentos dela por ele é o que, de fato, o deixa MAIS transtornado.

Desta forma, fica clara a primeira diferença elementar entre os sexos!

Outra situação interessante é o momento da conquista.

A mulher, geralmente, odeiam joguinhos de sedução...

Se o faz, não é necessariamente porque gosta, mas para tentar despertar um certo interesse no seu “homem objetivado”... Tentar ser um tanto misteriosa para ele.

No fundo, ela quer mesmo é partir pro “tudo” ou “nada”, saber se o homem que esta a sua frente é “o cara” ou, pelo menos, um ótimo candidato ao cargo.

O que interessa para a mulher, de fato, é o relacionamento, o compromisso em si.

É neste ponto que ela realmente curte a relação, pois esta SEGURA, não se sente ansiosa o tempo todo e pode, com tranqüilidade, ser ela mesma!

A insegurança feminina surge da necessidade de aprovação!

Por esse sentimento ela toma atitudes impulsivas que podem sufocar o relacionamento logo de cara, passando uma idéia de carência (nem sempre verdadeira).

Esta mesma necessidade também as move, muitas vezes, a abrir mão de suas personalidades e escolhas, colocando o homem no centro do universo e lhe dizendo literalmente: “sou sua capacho... pode pisar!”.

Assim também, ela não resiste por muito tempo às investidas sexuais do homem (que geralmente ainda esta conhecendo melhor) ... O que causa, para ele, a idéia que a mulher é “fácil de mais” e que ela deve “fazer isso com todos”.

Todos estes momentos de “avaliação inicial” geram na mulher uma expectativa muito grande... ela deseja profundamente que ele a considere como “uma mulher que vale a pena”, e faz tudo que “acredita” estar certo para que isso aconteça.

Para o homem, o jogo da sedução é fundamental (mesmo que ele negue)!

O que cativa o homem, o deixa intrigado pela mulher é o mistério que ele encontra nela e a dificuldade para conquistá-la, ou seja, não é o relacionamento em si, mas o caminho para tal.

A primeira coisa que um homem vai fazer é tentar de te levar para cama (ou outro lugar com o mesmo fim)... Isto é fato!

Se a mulher sede facilmente, se demonstra estar muito interessada, se liga o tempo todo, se faz cobranças... logo, pela própria natureza do homem, ele perde o interesse.

Dê uma prova disso tudo para si mesma:

Quantas vezes você, mulher, esteve loucamente apaixonada por um gatinho que simplesmente “sumiu”???

E quantos bons e longos relacionamentos teve com pessoas das quais “nem gostava tanto assim” ... onde o cara teve que ralar muito para conquistar seu coraçãozinho???

Você já deve ter lido muito por ai sobre tudo que falei acima, mas o que me incomoda são os rótulos e generalizações, e eu estou aqui justamente para falar das exceções!

O que impressiona, no momento da conquista masculina são os rótulos (que deixam as mulheres inseguras)!

Será que só porque a mulher está demonstrando “gostar” do rapaz logo de cara, por que liga pra ele e pior ... por que sede, não só à suas investidas sexuais, mas principalmente ao DESEJO SEXUAL dela própria ... aquela mulher é “FÁCIL” de mais?

Agora vamos inverter as posições: rotuladas e rotuladores!

O que poderíamos dizer de um homem que tenta levar todas as mulheres que conhece para cama?
Talvez as feministas diriam que eles não tem “amor no seu corpinho” e que com certeza são “FACEIS” de mais, pois não conseguem resistir ao seu desejo e as invertidas do sexo frágil.

Ou então, o que as mulheres poderiam dizer do homem que chama uma mulher que ele nunca viu de “gata” o tempo todo apenas porque viu a foto do “olho” dela no perfil do orkut. Poderíamos chamá-los de “videntes”?

E o cara que liga pra mulher, é atencioso com ela desde o inicio, manda mensagens e diz que sente saudades. Poderíamos pensar que ele faz isso com todas e nos desinteressar deles?
É claro que na prática não é assim que acontece, o homem que sair com "todas" é taxado de "conquistar" e a mulher ... nem precisa comentar né!
Deixemos os rótulos de lado!!!

É difícil ser difícil quando se QUER alguém!!!

Quando se quer estar junto e demonstrar sentimentos e desejos.

Nem sempre é uma questão de como a pessoa age SEMPRE que esta sendo “conquistada” ou “conquistando”... Às vezes, a atitude dela com você também pode ser uma exceção para ela, o que não vai te tornar “só mais um” e sim “O cara”!

Pense nisso ... dê-se uma chance de ser feliz sem rótulos!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Antes de enterrar o seu relacionamento


Depois de algum tempo de relacionamento você já não sabe mais se está com a pessoa certa.

Muitas vezes só aceita permanecer ao lado do parceiro por medo da solidão, por comodismo, pelos filhos pequenos ou mesmo pela condição financeira, prolongando uma vivencia infeliz.

Em todas as brigas, você culpa o outro por todos os desajustes que existem no relacionamento de vocês e depois de pensar muito, decide que não consegue mais viver com a outra pessoa.

Neste momento onde o coração já está cheio de magoas, fica muito difícil racionalizar os sentimentos. Nossas atitudes sem pensar podem trazer futuros arrependimentos.

Proponho aqui uma reflexão!

Antes de começar a jogar os punhadinhos de terra sobre a cova dos seus sentimentos, há de se levar em conta algumas considerações:

Você realmente conhece as características de um mau relacionamento?


Recentemente li uma entrevista com o psicólogo Flávio Gikovate (não lembro a fonte), a idéia que ele passava era que todo mau relacionamento é composto por duas figuras, a que doa de mais e a egoísta de mais. As duas figuras "estão erradas”.

A que doa de mais erra, pois o tempo todo cobra reconhecimento por isso.



E a egoísta de mais erra, pois o tempo todo esta acomodada, esperando do outro a solução de todos os problemas.

Pessoalmente acredito que 99% dos relacionamentos problemáticos possuem essas duas figuras.

A melhor forma de se encontrar a harmonia em um relacionamento é exercitar diariamente o "JUSTO", nem mais nem menos.



O psicólogo aborda o assunto no livro “Mal, o Bem e mais alem.” - Gikovate constatou que a união entre homens e mulheres se dá entre opostos, isto é, uma pessoa egoísta se encanta com uma pessoa generosa e vice-versa. A atualização do assunto mostra que a saída saudável está na evolução de cada ser humano para atingir o estado de harmonia formando-se casais entre pessoas similares e mais justas.
(Clique aqui para ir a fonte)



Outro ponto a se observar é que devemos evitar ao máximo as comparações, críticas duras e limitações.


Respeitar a individualidade é fundamental!


Não importa se o marido da sua amiga parece ter saído de um filme de romance, você não esta com eles todos os dias, 24 horas, para saber se são mais felizes do que você pode ser (se quiser), ou se o seu marido tem algum vício que você não suporta... Com o estímulo certo e sem criticas duras, tudo pode ser mudado (começando por você).


A forma com que você vê o seu parceiro pode alimentar o amor dentro de você ou destruí-lo!


Antes de "impor" nossos desejos e vontades, tambem devemos ouvir e "respeitar" a opinião do outro. Neste exercício de "ouvir mais", devemos ter a humilde de aceitar críticas (principalmente as construtivas) sobre nós mesmos.


Ninguém gosta de ser criticado, mas se antes de atirar as pedras que temos nas mãos quando ouvimos uma crítica sobre nossas condutas, nos questionarmos intimamente se "somos realmente assim?", poderemos perceber com clareza os pontos onde devemos mudar.
Perceba a sua contribuição para o fim de um relacionamento!


Avalie todos os amores e relações que você já teve e veja se não esta cometendo os mesmos erros. Se o seu relacionamento não vai bem, já parou pra pensar que a culpa também é sua?


Muitas das ações que você reprova no seu parceiro são conseqüências das suas próprias ações e é necessário deixar o orgulho de lado para se alto criticar e, principalmente, mudar!

Só depois de uma alto-reflexão é possível ter absoluta certeza que os seus atos não lhe trarão arrependimentos futuros.

Quando conseguir dizer a si mesmo que você deu o melhor de si neste relacionamento, que se doou por completo e fez o que pode para que o outro fosse feliz ao seu lado, aceitando a individualidade mutua e mesmo assim não deu certo... Daí então é o momento de jogar a toalha e partir para outra com a cabeça erguida!

Não se esqueça que não há tempo certo pra recomeçar... E nunca é tarde para ser feliz!!!



Fiquem com Deus!

Outro link interessante: Entrevista com Gikovate - “Não precisa casar. Sozinho é melhor”

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Textos Especiais - Autores diversos.

Um dia voce aprende - William shakespeare

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"


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Morre lentamente - Pablo Neruda


Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade.

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Quando me amei de verdade - versão original de Kim e Alison McMillen
(Segundo o link este texto não é de Chaplin)

Quando me amei de verdade
pude compreender
que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo,
na hora certa.
Então pude relaxar.
Quando me amei de verdade
pude perceber que o sofrimento
emocional é um sinal de que estou indo
contra a minha verdade.
Quando me amei de verdade
parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver
que tudo o que acontece
contribui para o meu crescimento.
Quando me amei de verdade
comecei a perceber como é ofensivo
tentar forçar alguma coisa ou alguém
que ainda não está preparado.
- inclusive eu mesma.
Quando me amei de verdade
comecei a me livrar de tudo
que não fosse saudável.
Isso quer dizer: pessoas, tarefas,
crenças e - qualquer coisa que
me pusesse pra baixo.
Minha razão chamou isso de egoísmo.
Mas hoje eu sei que é amor-próprio.
Quando me amei de verdade
deixei de temer meu tempo livre
e desisti de fazer planos.
Hoje faço o que acho certo
e no meu próprio ritmo.
Como isso é bom!
Quando me amei de verdade
desisti de querer ter sempre razão,
e com isso errei muito menos vezes.
Quando me amei de verdade
desisti de ficar revivendo o passado
e de me preocupar com o futuro.
Isso me mantém no presente,
que é onde a vida acontece.
Quando me amei de verdade
percebi que a minha mente
pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco
a serviço do meu coração,
ela se torna uma grande e valiosa aliada.
(Este texto ja foi atribuido na internet a Fernando Pessoa e Vinícius de Moraes, porem não foram comprovadas tais autorias.)

Um dia a maioria de nós irá se separar.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrima, de angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue sua a vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados.
Podemos nos telefonar, conversar algumas bobagens...
Aí os dias vão passar, meses... anos... até esse contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia, nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão? Quem são aquelas pessoas?Diremos... Que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!
Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrimas nos abraçaremos. Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado.E nos perderemos no tempo...Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

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Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos. É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados, e crescem sem pedir licença! Crescem como uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente. Um dia, sentam perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar fraldas daquela criatura.

Onde é que andou crescendo aquela danadinha, que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E agora você está ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais no volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins e cabelos soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então, com a blusa amarrada na cintura. Está quente, achamos que vão estragar a blusa, mas não tem jeito: é o emblema da geração.

Pois ali estamos, com os cabelos esbranquiçados. Esses são os filhos que conseguimos gerar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas das notícias e das ditaduras das horas. E eles crescem meio amestrados, observando nossos erros.

Há um período em que os pais vão ficando órfão dos próprios filhos. Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e festas. Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante das próprias vidas.

Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer, para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências, entre os lençóis da infância e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.

Não, não os levamos suficientemente ao maldito Play Center, ao shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueres e Cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto. No princípio, subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais e páscoas, piscina e amiguinhos. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, pedidos de chiclete e sanduíches e cantorias infantis. Depois, chegou a idade em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível largar a turma e os primeiros namorados. Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daqueles “pestes”.

O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos, e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Amores ou muletas emocionais



Muitas vezes nos sentimos sozinhos e carentes!


Nos apaixonamos facilmente simplesmente pelo fato desesperador de querer sair do grupo dos solteiros.


Acreditamos em amor a primeira vista quando isso, na maior parte das vezes, não passa de um misto de paixão (vontade excessiva), desejo e baixa alto-estima.


Costumamos dizer para nós mesmos que não sabemos viver sozinhos e seguimos apoiados em "muletas emocionais".



Nos entregamos a relacionamentos desajustados e infelizes por acreditar que sem o "outro" seria pior.



Quantas vezes aceitamos aquele convite da amiga que diz que não adianta ficar trancada em casa após o fim de um relacionamento e vamos para a balada pelos "motivos errados".



Nos arrumamos com roupas curtas, decotadas, perfume, maquiagem, chapinha, manicure, etc... Com a intenção de sair da balada acompanhada e este, na verdade, passa a ser seu único objetivo naquela noite.


Quando isso ocorre, você esta indo para balada pelos motivos errados, pois está buscando algo externo a você que te complete sem se dar conta que isso pode ser extremante frustrante.



Na balada, enquanto os amigos contam uma piada ou reclamam sobre o dia extressante e tentam se divertir um pouco, você passa o tempo todo olhando as outras mesas procurando a próxima caça num desespero total.

Quando finalmente seu olhar é retribuído, você logo dá um jeito pra conversa começar (isso quando o teor alcoólico não se torna desculpa para dispensar as apresentações) .


No meio da conversa você já percebe que ele não seria seu "príncipe encantado" mas como não quer ir pra casa sozinha mesmo assim aceita aquela companhia.



Outras vezes, você pode acabar não encontrando nem mesmo um "sapo" pra te levar pra casa, e após ter gasto horas se "emperiquitando" começa a se questionar porque não conseguiu ninguém.



Acredito que o um bom motivo para ir a balada com as amigas é exatamente curtir a companhia delas, do ambiente freqüentado, das conversas, sem necessariamente ter que ter beijado alguém no final da festa.



É necessário exercitar o amor próprio para abrir mão de todos os tipos de muletas emocionais, sejam pessoas ou coisas matérias, pois um bom caminho para a felicidade é encontrar o motivo certo para fazer as coisas e viver suas relações.


"Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos a nos buscar
em outras metades.

Para viver a dois, antes,
é necessário ser um."

Fernando Pessoa

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Obrigada ...


Por ter surgido em mim como a fé nos desesperados pra que eu pudesse levar uma gota de orvalho dessa terra que ficou sobre minha carne como uma nódoa do passado.

Por ter me aberto os olhos quando eu não podia enxergar quão perfeita beleza há nas coisas mais simples e rotineiras da nossa própria existência.

O dia por exemplo - céu azul, depois vermelho, depois negro.

E então é como se algo superior trouxesse o luar e as estrelas para clarear a escuridão e testemunhar os suspiros dos enamorados, o perfume das flores, o vôo rápido de um pássaro beija-flor q se embebedava com o néctar, um abraço apertado, inerte ao tempo... os olhares brilhantes ... sonhadores ... transparentes como cristais refletindo luz.

Obrigada ...

Por ter me mostrado que o que eu sentia não era o máximo que eu podia sentir por alguém... q há em mim um coração ainda maior que não pode simplesmente aceitar a vida e as emoções que surgem pelo caminho... mas q necessita ir muito alem dos sentidos.


Me preparar para um amor verdadeiro ... um amor puro.

Por me permitir vivenciar algo em que eu já acreditava mas não sentia ... “amar não é sinônimo de possuir e é agente quem tem que aprender a amar”.

Por ter me tirado do peito o medo de me aventurar e jogar tudo pro alto... de viver todo momento tão intensamente como quem pula de um precipício de olhos fechados.

Por ter-te em minha companhia mesmo que mentalmente,
ultrapassando as barreias do tempo e do espaço.

Por ser meu amigo, meu herói, meu anjo querido...

Por ser minha alma gêmea ... muito alem do sentido de “homem/mulher” ... coisas carnais ou matérias ... mas principalmente de confidencias, confiança, carinho, respeito, afeto, querer bem.

Nós para sempre... verdadeiros!


Ps: Texto escrito a alguns anos para um grande amigo que ja foi um grande amor! rs

Tributo ao meu Pai

(clique na imagem)


Perdi muito mais que um pai.
Perdi meu professor... Aquele que me ensinou tudo o que sei e o que sou.
Perdi meu herói, minha referência, meu espelho.

Perdi a oportunidade de ter-lhe dito mais vezes em vida o quanto lhe amo e o quanto sou grata por tudo.
Perdi meu amigo, meu melhor amigo.Aquele que me dava colo em dias tristes e que me repreendia nos atos errados; isso tudo porque me amava, NOS amava, incondicionalmente.
Perdi – o em vida, neste mundo, mas ainda o sinto presente como um anjo de amor que nos protege e nos guia.
Que de toda e qualquer forma nos ama, ultrapassando as barreiras do tempo e do espaço, da vida e da morte.
Essa dor que sinto e compartilho com os que amo é indescritível.
Penso que, mesmo quando a ferida cicatrizar com o tempo, ainda assim não serei capaz de esquecê-lo nem por uma noite.
Irei todos os dias em pensamentos e orações lhe transmitir meus desejos sinceros de paz, gratidão, respeito e amor ... Amor eterno.
E das lembranças fica a saudade...
A tristeza de ter partido cedo de mais...
E a lição de que devemos, sempre que possível, estar perto das pessoas que amamos porque o amanhã é incerto e ele pode não chegar!
Ao meu velho, que era um homem vivido e sábio, que ensinou aos seus filhos o caminho certo pelo qual devemos caminhar na vida ...
Eu ofereço as minhas palmas em sentido de amor e gratidão.
Só me resta dizer: muito obrigada!

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Escrevi este texto a exatamente 3 anos, quando meu pai desencarnou. Hoje sei que não o perdi, mas que dá saudade ... haa isso dá rs.


Penso que se eu pudesse ouvi-lo recitar poemas ... ele diria um trecho do poema "Se eu morrer antes de você" de Vinícius de Moraes:




"Se eu morrer antes de você, faça-me um favor.

Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.

Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe

Se tiver vontade de rir, ria.

Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão.

Se me elogiarem demais, corrija o exagero.

Se me criticarem demais, defenda-me.

Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.

Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.

Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.

Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei.

Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.

E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : ' Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus !' (...)"


Te amu meu Velho!!!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A vida

A vida é emoção. Apaixonados, lutamos contra os dias que escorrem como água entre os dedos. Imprecisa, não-evidente, enviesada, carente de construção, a vida espera ser talhada por artesãos. No caldo da angústia universal, confia que alquimistas transformarão atrevimento em circunspeção. Quer converter Valquírias em Marias, bárbaros em samaritanos.



A vida é mistério. De onde vem o sentimento de beleza? Por que entesouramos os instantes delicados do passado? Por que a morte desfigura e esfumaça os olhos? Para onde se expande a margem extrema do universo? Que mecanismo impede a mente de ressentir dores? Por que nos vemos como outra pessoa nos sonhos, mas sempre sendo nós?


Infelizmente começamos com afirmações e esquecemos as perguntas. Não transformamos os pontos de interrogação em lupas. Presunçosos, não carregamos o pente fino da dúvida no bolso do colete. Cegos, temos medo das aporias. Desistimos dos porquês infantis e ficamos com as certezas que nos entorpecem.


A vida é triste. Agonizamos com a lama burocrática que encobre o vilarejo pobre. Impotentes, tentamos resistir o mal sistêmico que prescinde das pessoas. Não entendemos como as elites conseguiram inventara o motor-contínuo para energizar a máquina da injustiça. Perdidos, procuramos fazer com que bondade e misericórdia não desapareçam do vocabulário religioso. Abatidos, vemos a sordidez sentar na cadeira da polidez. A implacabilidade ganhar da bondade. A ambigüidade moral amordaçar a solidariedade.


A vida é bela - e sempre desejável, dizia o poeta. O dilúvio não descolore a aquarela que se refrata na neblina. Homens e mulheres continuam a esperar por um novo céu e uma nova terra, onde crianças brincam com serpentes. Percebemos o divino no bailar da folha enamorada do vento. Celebramos a formosura de viver no ancião que planta uma árvore, na mãe que ensina a filha surda a falar com as mãos, no menino que, na capoeira, faz da luta uma dança.


A vida é trágica. Subimos no palco sem roteiro. Não passamos de atores sem texto para decorar. Personagens que atuam sem noção do instante que as cortinas descerão. Contracenamos com gente que acabamos de encontrar. Vez por outra escutamos apupos e procuramos as máscaras sorridentes, que disfarçam os constrangimentos. Sem coxia, não temos para onde correr. Assumimos diferentes papeis mesmo sabendo que a tragédia é inevitável. Sofremos. Quando nos acostumamos com os holofotes, o diretor grita: acabou o espetáculo.


Autor desconhecido.

A criança interior!






"Em todo adulto espreita uma criança - uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa". Carl Gustav Jung



Eu poderia escrever sobre o assunto mais seria redundante, pois já existe muitos artigos e textos publicados na net sobre o assunto.
So gostaria de ressaltar aqui dois poemas, um de Mario de Sá Carnero e outro de Fernando Pessoa cujo poema foi citado no livro "Escutando Sentimentos" - capítulo reproduzido neste link: http://karinizumi.wordpress.com/2008/07/27/cuidando-da-crianca-interior/.
Esses dois poemas maravilhosos nos chamam a atenção à questão de "quem somos" e "quem fomos ".
Expressa de uma forma melancólica, podemos verificar a saudade da inocência, da pureza da criança que se fora um dia e o sentimento de desconhecimento de si.
Na busca da felicidade, é necessário amar-se, encontrar-se com sua criança interior, conhece-la e consequentemente conhecer a ti no momento em que se vive!
Confrontando passado, presente e futuro... podemos analizar melhor nossa escolhar até aqui e o que devemos fazer para seguir o melhor caminho em direção a evolução constante!


"A beira de um precipício só há uma maneira de andar para a frente: é dar um passo atrás". (Autor Desconhecido)




"A criança que fui chora na estrada - Fernando Pessoa"
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.

Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.

Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
Dia a dia mudamos para quem
Amanhã não veremos. Hora a hora
Nosso diverso e sucessivo alguém
Desce uma vasta escadaria agora.

E uma multidão que desce, sem
Que um saiba de outros. Vejo-os meus e fora.
Ah, que horrorosa semelhança têm!
São um múltiplo mesmo que se ignora.

Olho-os. Nenhum sou eu, a todos sendo.
E a multidão engrossa, alheia a ver-me,
Sem que eu perceba de onde vai crescendo.

Sinto-os a todos dentro em mim mover-me,
E, inúmero, prolixo, vou descendo
Até passar por todos e perder-me.
Meu Deus! Meu Deus! Quem sou, que desconheço
O que sinto que sou? Quem quero ser
Mora, distante, onde meu ser esqueço,
Parte, remoto, para me não ter.



"Dispersão - Mario Sá Carneiro"
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem. (...)
Como se chora um amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante
Que se traiu a si mesmo.
Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projeto:
Se me olho a um espelho, erro —
Não me acho no que projeto.
Regresso dentro de mim
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim. (...)
(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...
E sinto que a minha morte —
Minha dispersão total —
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital.
Vejo o meu último dia
Pintado em rolos de fumo,
E todo azul-de-agonia
Em sombra e além me sumo.
Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas...
Sou amor e piedade
Em face dessas mãos brancas...
Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas Pra se dar
Ninguém mas quis apertar
Tristes mãos longas e lindas
Eu tenho pena de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...
Desceu-me na alma o crepúsculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.
Álcool dum sono outonal
Me penetrou vagamente
A difundir-me dormente
Em urna bruma outonal.
Perdi a morte e a vida,
E, louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida,
Eu sigo-a, mas permaneço,...


Mais sobre o assunto: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/crianca01.htm

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Por que não seguir?


Freqüentemente, olhando a comporta na minha cidadezinha no interior Paulista, divisa com Paraná, em meio a fragmentos de lembranças, poemas, frases, pensamentos... Olhava na direção da estrada por onde vim e percebia um caminho a muito conhecido.

Olhava para o outro lado e me perguntava: como será por lá?


Será que a próxima cidade, já no outro estado esta bem próxima?

Imaginava a cena daquele filme “Um amor pra Recordar” em que o mocinho levava a mocinha na divisa de duas cidades e pedia que ela colocasse os pés, um de cada lado da estrada, para que ela pudesse estar em dois lugares ao mesmo tempo! (achei aquela cena incrível... ainda não tinha imaginado uma forma de se estar em dois lugares ao mesmo tempo fisicamente).

Num domingo lindo de sol, fui mais vez ver e ouvir o movimento da água naquela comporta.

Naquela semana tinha lido um texto de Dalai Lama em que dizia:


“Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes!”


.

Olhei mais uma vez a estrada para onde nunca tinha ido e então pensei, por que não começar hoje? Por que não seguir?

Naquele momento aquilo ecoou na minha mente e então sem olhar pra traz, sem pensar para onde estaria indo ou se tinha combustível suficiente... Segui!

Era uma estrada estreita, quase rural porem asfaltada. Não me lembro ao certo, mas foram cerca de 7 a 11 km até a pista e mais alguns até a cidade mais próxima.

Na cidade não encontrei nada muito novo.

Era apenas uma cidade pequena e simples como todas do interior, poucas pessoas na rua, meninos empinando pipa, vizinhos conversando ao varrer a frente de suas casas, uma praça ao lado de uma bonita igreja e na pracinha, sentados no chão, haviam um grupo de uns cinco jovens emos tomando tereré e rindo muito.

Mas o que realmente me chamou a atenção foi à sensação!

A sensação de seguir um caminho sem rumo, sem hora pra voltar, sem compromisso marcado, sem saber como vai ser a próxima curva, com o vento no rosto, a paisagem e o sentimento do NOVO.

Você já parou pra pensar que gostaríamos de conhecer o mundo inteiro e, muitas vezes, não conhecemos nem o que está ao nosso alcance... Assim, bem do ladinho, nossos vizinhos, nossas ruas paralelas, as praças ou pontos de lazer dos bairros próximos e as cidades ao redor da sua.

Quantas vezes nos limitamos a seguir o mesmo caminho todos os dias, a freqüentar os mesmos lugares no fim de semana?

Já se propôs a seguir em frente pelo outro caminho naquela bifurcação na estrada só pra ver onde vai dar (mesmo que a placa indique a próxima cidade, só pelo fato de você nunca ter ido pra lá)?

Quantas vezes você já saiu de casa assim, consigo mesmo, ou mesmo acompanhado para ir a algum lugar em que nunca foi antes?

Experimentar a quebra da rotina, conhecer novos lugares pode ser muito prazeroso... Afinal, por que não seguir?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Meu momento!


Sempre gostei de escrever, porem com a correria do dia-a-dia fui deixando de colocar minhas idéias no papel ou no PC e hoje me dou conta que deixei de fazer muito mais do que isso... Deixei também de pensar!


Pode parecer estranho, mas sim, deixei de pensar na vida, no porque das coisas, analisar as situações, meus sentimentos.

Sonhava, mas muitos sonhos deixei na gaveta junto a outros projetos como se os sonhos pudessem se concretizar sozinhos.

Comprava livros que queria ler e os deixava na estante esperando arrumar um tempo (ou passar a preguiça) para mergulhar numa história nova.

E assim fui fazendo com quase tudo, inclusive com relacionamentos, levando como dava, fazendo somente o necessário para VIVER, mas não EXISTIR!

Quando me encontrei comigo mesma nova fase da minha vida, pude perceber muitas coisas das quais convivi durante anos cegamente, e a maioria delas estavam dentro de mim.

Percebi que precisei morar sozinha para aprender a me relacionar com a família!

Percebi que precisei voltar para aprender a ser sozinha... Apreciar minha própria companhia!

Que o alto-amor é uma lição diária e constante!
Que sentir e escutar os sentimentos são necessários, pois eles não possuem mascaras!
Aprendi que ninguém machuca agente se agente não deixar mas é necessária muita razão e perdão para não ser “magoável”!
Aprendi que o melhor conselho vem da consciência!
Que os melhores amigos são os pais!
Que não importa o quanto nossos pais erram conosco, eles merecem sempre o nosso perdão estão sempre tentando "acertar" conosco!
Percebi que muitas vezes não sabemos o que fazer com "tanto amor pra dar”. Mas por que não darmos a nós mesmo?
Percebi que ninguém tem a responsabilidade de ME FAZER FELIZ... Isso cabe a mim!
Percebi que os amigos permanecem em nossa vida somente o tempo suficiente para nos trazer valiosas lições, depois partem... Seguem suas vidas, e não é errado sentir saudades, mas não podemos querer que eles fiquem para sempre! (por isso não devemos sofrer!).
Percebi que a distância também pode ser algo bastante relativo. Já percebeu como podemos estar próximos de amigos virtuais e distantes de velhos amigos que vemos freqüentemente?
Percebi que reler textos e poemas antigos pode resgatar algo bom em você.
E que as únicas pessoas que realmente merecem a sua companhia são as que estão por perto pelo que você é e não pelo que você tem.
Aprendi que se pode amar mais de uma vez, mas aquele que te transformar no melhor que você pode ser certamente será inesquecível!
Aprendi que amar como quem pula de um precipício de olhos fechados pode causar os maiores tombos, mas se souber não guardar magoas, vai ser eternamente grata por ter VIVIDO!
Enfim, percebi e aprendi muitas coisas... E quanto mais eu me questiono, mais concordo com Sócrates quando disse "Só sei que nada sei", porem estou numa busca constante do aperfeiçoamento do meu ser, da minha “individuação”, da observação do meu eu interior, meu self... o qual inspirou o título deste blog.

O Self é o centro de toda a personalidade, o principal arquétipo do inconsciente coletivo, assim como o Sol é o centro do sistema solar. O objetivo de toda personalidade é chegar ao autoconhecimento, que é conhecer o próprio Self.

Segundo Carl G. Jung: “O Self representa o objetivo do homem inteiro, a saber, a realização de sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade. A dinâmica desse processo é o instinto, que vigia para que tudo o que pertence a uma vida individual figure ali, exatamente, com ou sem a concordância do sujeito, quer tenha consciência do que acontece, quer não”.




Assim, todo indivíduo possui uma tendência para a Individuação, para tornar-se um ser único, homogêneo, realizando o Si-Mesmo (Self- Selbst).

E é assim... Através dos livros, dos amigos, dos amores, das experiências vividas, da minha consciência e da indagação do meu ser que eu sigo aprendendo a EXISTIR um pouco mais todos os dias.

E quando termina o dia e eu "pego" estrada com minha moto a caminho de casa, observando a paisagem ao entardecer, agradeço a Deus pela minha vida e só consigo lembrar neste momento de uma musica que conheci através do meu pai:




"Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também"

(Eu apenas queria que você soubesse - Gonzaguinha)




Ps: Estou lendo um livro incrível que recomendo a todos e em breve postarei sobre ele: “Escutando Sentimentos – a atitude de amar-nos como merecemos” de Wanderley S. de Oliveira pelo Espírito Ermance Dufaux.






Bjus a todos, fiquem com Deus!